História dos Personagens - Edição Nicu.
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História dos Personagens - Edição Nicu.
Hora de refazer a história!
Última edição por Jhon em Sex Mar 01, 2013 11:56 am, editado 1 vez(es)
Re: História dos Personagens - Edição Nicu.
Dos personagens? Ou da história como todo?
guto- Épico
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História dos Personagens
Certo, precisamos mesmo, já estamos até devendo isso!
guto- Épico
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COMPLEMENTAÇÃO DE HISTÓRIA - NICU, O MONGE
A Diabólica Maldição de Tana'Or
Como a avassaladora sede do beduíno enclausurado em sua tenda no deserto, semelhante a mortífera fome da alcatéia cinzenta no gelo causticante. Um impulso destrutivo e violento, capaz de aniquilar a mais resoluta vontade. Desejo que se torna latente na psique, malevolência, vingança, ódio, intemperança, cinzas e sangue!
A maldição diabólica de Tana'Or acomete a alma, transformando o ser em uma entidade das trevas, um pseudo-diabo. Na fase de transformação ela apresenta sintomas diversos que não desaparecem, muito confundidos com doenças. Em sua fase final causa alucinações e loucura, muitas vezes causando amnésia pelo trauma psíquico. Raras vezes pode desaparecer, reaparecendo dentro de certo período de tempo. Em suas chamadas crises, permeia a aura do ser com um ar sombrio e circunda seus olhos com um brilho avermelhado.
Tana'Or é um diabo sedutor e corruptor, ele espreita as desafortunadas almas em desespero, moribundos apaixonados que perderam seus objetos de adoração. Em sua forma visível, possui 3 metros de altura, escamas esmeralda cobrindo costas e braços, pernas de bode com pelos e casco negros, asas de morcego com veios avermelhados, chifres em espiral, olhos desafiantes que fervilham e emitem fumaça cinza, afiados dentes e garras negras mortais.
Tana'Or firmou um pacto com a ordem do saber oculto, estrategicamente seduzindo o mercador das sombras para afligir seu futuro filho com a maldição, cumprindo sua parte do pacto com a ordem.
A Ordem do Saber Oculto
Existente a tempos imemoráveis, esta ordem interplanar é composta exclusivamente de monges e magos. Aventureiros épicos já relataram ter tido contato com seus membros misteriosos, seres de imensurável poder e conhecimento, atrás de objetivos desconhecidos e bizarros. Dizem se tratar de uma ordem benévola e ordeira e que seus muitos membros costumam ajudar seres entre os planos de existência.
A verdadeira identidade do supremo sacerdote da ordem porém difere dos relatos existentes, Gunach, velho ser de forma hominídea, trajes compridos e claros, barba e cabelos longos, mais brancos que a neve do mais rigoroso inverno. Este suposto líder da ordem esconde sua verdadeira identidade de seus subalternos, ludibriando e manipulando os para cumprir o plano de um ser do abismo o qual venera, um inominável e incompreensível devorador de planos.
Fora Gunach o tratante do pacto com Tana'Or para afligir o bebê monge, que de alguma maneira é peça chave para a conclusão do bizarro plano. Nem mesmo Tana'Or conhece os verdadeiros motivos de Gunach, apenas cumpriu seu papel no pacto.
O Velho Osso
Mestre de Thor, membro da ordem do saber oculto, figura misteriosa e risonha com a aparência de um pobre velho beberrão, responsável pelos ensinamentos monásticos que Nicu viria a adquirir com seu primeiro mestre.
Velho Osso participou diretamente dos planos de Gunach, fora ele um dos membros manipulados.
Não se sabe por que, mas desde quando viu a criança nos horripilantes calabouços de Moglia, sentiu que deveria velar pela mesma. Acompanhou seu crescimento e desenvolvimento, sua história, chegando a interferir algumas vezes na mesma para aconselha-lo e ajuda-lo em momentos difíceis de sua vida amaldiçoada.
Velho Osso não compreende por que Gunach o enviou para ensinar as artes marciais a criança, tão pouco compreende por que ela apresenta traços diabólicos. Apenas sabe que deve estar sempre disposto a entender os motivos e ajudar seu pupilo em sua difícil jornada.
O Peregrino da Morte
Nicu está aos poucos recordando os momentos em que esteve em delírio devido a maldição, bem como das ações que cometeu neste estado...
Depois que fora expulso do vale élfico de Rashan, Nicu vagou pela brumas desesperado e sem direção, este estado frágil culminou sua primeira crise, que o levou a reencontrar o monastério de Yshiko.
Invadindo como uma sombra infernal cada um dos quartos e aposentos, quebrou pescoços, esmagou crânios e sufocou até a morte seus ex companheiros de treino e convivência, assassinou todos os monges. Deixando apenas um vivo, Jimpao, seu velho mestre e amigo. O qual se encontrava extremamente espantado e sem reação, sem nem sequer saber que a figura se tratava de Nicu, pois o mesmo trajava um manto cinza com capuz comprido, ocultando seu semblante diabólico.
Jimpao veio a chamar a figura assassina de "Peregrino da Morte". Assim, o algoz dos monges correu como a brisa do vento, adentrando as frias sombras da noite de onde surgira.
O Sacrifício de Jamin
Após a partida de Nicu, Jamin se tornara rebelde e devido a isso estava sendo mal vista aos olhos de seus anciões.
O que ela não sabia é que sempre tivera um admirador, um exímio guerreiro elfo de nome Sebastian que sempre odiou seu amor pelo monge. Fora o mesmo quem envenenou a mente do ancião para questionar Nicu sobre seu passado, o mesmo utilizou de magia para descobrir os segredos do monge errante.
Sebastian defendeu a elfa dos tradicionalistas anciões e enfrentou a ira dos mesmos sendo assim designado a aniquilar um bando de gnolls que se preparavam para invadir o vale de Rashan. O que o Sebastian não esperava era encontrar Nicu, ao lado do velho druida por ele derrotado no passado, liderando a matilha sanguinária dos cães.
Ocorrera que Nicu em seu estado diabólico fora atrás do velho druida conhecido como Moldrec. Com o conjurador selvagem Nicu firmara um pacto, jurando protege lo e ajuda lo o a realizar seus rituais de profanação e deturpação, enfraquecendo assim os encantamentos de proteção élficos e liderando um ataque mortal e devastador ao vale de Rashan.
Os gnolls já obedeciam as ordens do druida e não fora difícil fazer com que também obedecessem a Nicu em seu novo estado de espírito.
Sebastian correra de volta ao vale para contar aos anciões, mas, Nicu o interceptará antes, arrastando o infeliz até a entrada do vale e jogando o como miserável na frente de seu povo, neste momento Jamin aparecera e vira Nicu como líder dos sanguinários gnolls.
Nicu não conseguira voltar a si, entrando em um estado de semi-consciência correu para tentar salvar Jamin do ataque que se iniciara, mas já era tarde, os gnolls a haviam pego. Eles a arrastaram pelos longos cabelos dourados e a devoraram com vorazes e sanguinolentas mordidas.
Nicu estava desolado e desorientado, Sebastian, berrando seu furor mortal contra o monge, aproveitou e rasgou-lhe o corpo a golpes de lâminas élfica, deixando-o agonizante no campo de batalha. Foi quando Moldrec lançou uma maldição ao elfo, este enfraquecera e se tornara se um ser medonho e repugnante. Fugindo para a floresta negra e rogando pragas ao vento.
Surpreendentemente Nicu fora magicamente retirado do vale, teleportado por alguém para um local seguro, bem longe dali, era Velho Osso seu salvador. Este cuidou de seus ferimentos físicos e espirituais. Deixando o monge apto a continuar com sua espinhosa jornada.
Como a avassaladora sede do beduíno enclausurado em sua tenda no deserto, semelhante a mortífera fome da alcatéia cinzenta no gelo causticante. Um impulso destrutivo e violento, capaz de aniquilar a mais resoluta vontade. Desejo que se torna latente na psique, malevolência, vingança, ódio, intemperança, cinzas e sangue!
A maldição diabólica de Tana'Or acomete a alma, transformando o ser em uma entidade das trevas, um pseudo-diabo. Na fase de transformação ela apresenta sintomas diversos que não desaparecem, muito confundidos com doenças. Em sua fase final causa alucinações e loucura, muitas vezes causando amnésia pelo trauma psíquico. Raras vezes pode desaparecer, reaparecendo dentro de certo período de tempo. Em suas chamadas crises, permeia a aura do ser com um ar sombrio e circunda seus olhos com um brilho avermelhado.
Tana'Or é um diabo sedutor e corruptor, ele espreita as desafortunadas almas em desespero, moribundos apaixonados que perderam seus objetos de adoração. Em sua forma visível, possui 3 metros de altura, escamas esmeralda cobrindo costas e braços, pernas de bode com pelos e casco negros, asas de morcego com veios avermelhados, chifres em espiral, olhos desafiantes que fervilham e emitem fumaça cinza, afiados dentes e garras negras mortais.
Tana'Or firmou um pacto com a ordem do saber oculto, estrategicamente seduzindo o mercador das sombras para afligir seu futuro filho com a maldição, cumprindo sua parte do pacto com a ordem.
A Ordem do Saber Oculto
Existente a tempos imemoráveis, esta ordem interplanar é composta exclusivamente de monges e magos. Aventureiros épicos já relataram ter tido contato com seus membros misteriosos, seres de imensurável poder e conhecimento, atrás de objetivos desconhecidos e bizarros. Dizem se tratar de uma ordem benévola e ordeira e que seus muitos membros costumam ajudar seres entre os planos de existência.
A verdadeira identidade do supremo sacerdote da ordem porém difere dos relatos existentes, Gunach, velho ser de forma hominídea, trajes compridos e claros, barba e cabelos longos, mais brancos que a neve do mais rigoroso inverno. Este suposto líder da ordem esconde sua verdadeira identidade de seus subalternos, ludibriando e manipulando os para cumprir o plano de um ser do abismo o qual venera, um inominável e incompreensível devorador de planos.
Fora Gunach o tratante do pacto com Tana'Or para afligir o bebê monge, que de alguma maneira é peça chave para a conclusão do bizarro plano. Nem mesmo Tana'Or conhece os verdadeiros motivos de Gunach, apenas cumpriu seu papel no pacto.
O Velho Osso
Mestre de Thor, membro da ordem do saber oculto, figura misteriosa e risonha com a aparência de um pobre velho beberrão, responsável pelos ensinamentos monásticos que Nicu viria a adquirir com seu primeiro mestre.
Velho Osso participou diretamente dos planos de Gunach, fora ele um dos membros manipulados.
Não se sabe por que, mas desde quando viu a criança nos horripilantes calabouços de Moglia, sentiu que deveria velar pela mesma. Acompanhou seu crescimento e desenvolvimento, sua história, chegando a interferir algumas vezes na mesma para aconselha-lo e ajuda-lo em momentos difíceis de sua vida amaldiçoada.
Velho Osso não compreende por que Gunach o enviou para ensinar as artes marciais a criança, tão pouco compreende por que ela apresenta traços diabólicos. Apenas sabe que deve estar sempre disposto a entender os motivos e ajudar seu pupilo em sua difícil jornada.
O Peregrino da Morte
Nicu está aos poucos recordando os momentos em que esteve em delírio devido a maldição, bem como das ações que cometeu neste estado...
Depois que fora expulso do vale élfico de Rashan, Nicu vagou pela brumas desesperado e sem direção, este estado frágil culminou sua primeira crise, que o levou a reencontrar o monastério de Yshiko.
Invadindo como uma sombra infernal cada um dos quartos e aposentos, quebrou pescoços, esmagou crânios e sufocou até a morte seus ex companheiros de treino e convivência, assassinou todos os monges. Deixando apenas um vivo, Jimpao, seu velho mestre e amigo. O qual se encontrava extremamente espantado e sem reação, sem nem sequer saber que a figura se tratava de Nicu, pois o mesmo trajava um manto cinza com capuz comprido, ocultando seu semblante diabólico.
Jimpao veio a chamar a figura assassina de "Peregrino da Morte". Assim, o algoz dos monges correu como a brisa do vento, adentrando as frias sombras da noite de onde surgira.
O Sacrifício de Jamin
Após a partida de Nicu, Jamin se tornara rebelde e devido a isso estava sendo mal vista aos olhos de seus anciões.
O que ela não sabia é que sempre tivera um admirador, um exímio guerreiro elfo de nome Sebastian que sempre odiou seu amor pelo monge. Fora o mesmo quem envenenou a mente do ancião para questionar Nicu sobre seu passado, o mesmo utilizou de magia para descobrir os segredos do monge errante.
Sebastian defendeu a elfa dos tradicionalistas anciões e enfrentou a ira dos mesmos sendo assim designado a aniquilar um bando de gnolls que se preparavam para invadir o vale de Rashan. O que o Sebastian não esperava era encontrar Nicu, ao lado do velho druida por ele derrotado no passado, liderando a matilha sanguinária dos cães.
Ocorrera que Nicu em seu estado diabólico fora atrás do velho druida conhecido como Moldrec. Com o conjurador selvagem Nicu firmara um pacto, jurando protege lo e ajuda lo o a realizar seus rituais de profanação e deturpação, enfraquecendo assim os encantamentos de proteção élficos e liderando um ataque mortal e devastador ao vale de Rashan.
Os gnolls já obedeciam as ordens do druida e não fora difícil fazer com que também obedecessem a Nicu em seu novo estado de espírito.
Sebastian correra de volta ao vale para contar aos anciões, mas, Nicu o interceptará antes, arrastando o infeliz até a entrada do vale e jogando o como miserável na frente de seu povo, neste momento Jamin aparecera e vira Nicu como líder dos sanguinários gnolls.
Nicu não conseguira voltar a si, entrando em um estado de semi-consciência correu para tentar salvar Jamin do ataque que se iniciara, mas já era tarde, os gnolls a haviam pego. Eles a arrastaram pelos longos cabelos dourados e a devoraram com vorazes e sanguinolentas mordidas.
Nicu estava desolado e desorientado, Sebastian, berrando seu furor mortal contra o monge, aproveitou e rasgou-lhe o corpo a golpes de lâminas élfica, deixando-o agonizante no campo de batalha. Foi quando Moldrec lançou uma maldição ao elfo, este enfraquecera e se tornara se um ser medonho e repugnante. Fugindo para a floresta negra e rogando pragas ao vento.
Surpreendentemente Nicu fora magicamente retirado do vale, teleportado por alguém para um local seguro, bem longe dali, era Velho Osso seu salvador. Este cuidou de seus ferimentos físicos e espirituais. Deixando o monge apto a continuar com sua espinhosa jornada.
Última edição por guto em Sáb Mar 02, 2013 9:05 am, editado 10 vez(es)
guto- Épico
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Bem a tempo!
Ficou muito boa essa parte obscura da história, realmente os passos épicos começam a despontar.
HISTÓRIA INICIAL - NICU, O MONGE
HISTÓRIA DE DAN TEMOR NAIAT
Cap. I “O apaixonado mercante das sombras”
Num pequeno vilarejo situado na próspera e galante Cidade de Turmalin, numa casa simples viveu um homem de nome Venir, mais conhecido como mercante das sombras. De aparência singela, ou muito discreta, conseguia a atenção de transeuntes quando assim desejava. Um elegante cavanhaque desenhava seu rosto, não era muito alto e seu olhar convincente e amigável se tornou sua marca. Prosperava através de suas atividades pouco apreciadas como ladino, era também um excelente negociante, suas barganhas possuíam fama que se estendia a longínquas Cidades.
Muito esperto e astuto, barganhava itens de toda natureza, às vezes até mesmo os raríssimos itens mágicos tão almejados por aventureiros, se assim ele dissesse a eles é claro...
Como um errante se comprazendo de suas ações, estava sempre disposto a novos negócios. Suas relações com outros mercantes do ramo eram sempre as melhores.
Grande apreciador da boêmia passava noites e mais noites em tavernas animadas, principalmente as repletas de donzelas, jogos e bebidas.
Às vezes se metendo em encrencas, utilizava de sua grande habilidade para sair ileso, mas nem sempre isso funcionava, o que lhe acarretava algumas cicatrizes...
Mas tanta astúcia e experiência não serviriam de nada quando Mila, uma linda e meiga Vistani apareceu com sua caravana no pequeno vilarejo. Uma vistani da família Naiat, conhecidos por serem os maiores artistas do reino. Como exímia dançarina, Mila possuía graça, leveza, beleza e suavidade descomunais.
A caravana de sua família estava apenas de passagem pelo vilarejo, como é de costume dos vistani. O objetivo dos Naiat era vender obras de arte e exibir música e dança exótica.
As chamas da paixão consumiram o intrépido coração de Venir e com o passar dos dias ele conseguiu conquistar o afeto da doce Dançarina.
Uma relação aparentemente magnífica surgira, mas, muito breve também...
Os encontros do casal aconteciam sempre fora da vista dos velhos Naiat, os vistani jamais tolerariam tal relacionamento.
Os galanteios, poesias e histórias proferidas convenceram na a querer viver ao seu lado, ela estava encantada com o apaixonado mercante.
Quando decidiram contar ao velho ancião vistani e tentar conseguir sua aprovação, nem mesmo as artimanhas de Venir foram suficientes. O ancião se aborreceu a tal ponto que, ordenou que a caravana partisse imediatamente. Surrado por alguns Naiat, apesar de sua habilidade e paixão, acabou não sendo capaz de impedir a partida de sua amada.
O que lhe restava agora era a amarga solidão, nem mesmo as animadas festas o agradavam mais... Tomado pela dor da saudade, decide partir para as brumas... Para onde não importava...
E assim, nunca mais o mercante das sombras foi visto...
Mas, a história de Venir continuou, vagando sem rumo pelas brumas o mercador encontrou um totem diabólico, de um vermelho vivo latente, com frases enlouquecedoras inscritas em suas laterais, era um tronco de madeira apodrecida, amarrado a vários ossos e crânios, cintilava em cor de sangue e em seu topo havia uma cabeça de diabo.
Esta cabeça falou com Venir, lhe propôs sua amada de volta, em troca de uma semente do inferno plantada no âmago de seu filho. A paixão arrebatadora pela dançarina fez com que o pobre mercante aceitasse o acordo... E assim foi feito! Sua amada brotou do sangue do próprio totem, obviamente não era a mesma, mas para o mercante era...
Levado aos confins infernais com sua pseudo amada, que na verdade é uma succubus traidora de seu mestre, aprisionada eternamente em uma casca ilusória da amada do mercante, fadada a se comportar como a mesma em todos os aspectos e a servir como vassala de um louco apaixonado marcante das sombras.
Cap. II “A inveja mortífera”
A caravana viajou até as ermas terras vistani e em uma das velhas carroças estava Mila. Em profunda depressão, já não dançava mais, nem sequer se alimentava direito, sentia dores e chorava muito. Talvez a única coisa que a mantinha viva era saber que estava esperando uma criança de seu amado Venir.
Não tardou para que todos na caravana soubessem da gravidez, o alvoroço tomou conta dos Naiat. Uma criança de sangue impuro estava sendo gerada no ventre de Mila diziam os vistani.
Mas uma Naiat em particular sentiu o mais perverso dos ódios, era Cristi, a irmã mais velha de Mila. Ela não podia gerar vida devido a uma maldição infligida a ela por uma caliban chamada Beth. Esta que após ser humilhada e quase ter seu filho assassinado por Cristi, antes de morrer lhe rogou a maldição da infertilidade, “Em seu ventre, assim como na terra após a batalha, a sangue e sal temperada, nenhuma vida será gerada!”. A caliban Beth teve então seu filho vendido a um mago das trevas, um ser de puro mal que realizava experiências e torturas bizarras com seres de diversas espécies.
A ardente inveja da gravidez de sua irmã fez com que Cristi arquitetasse um malévolo e perverso plano, ela aguardou até o dia do nascimento da criança para concretizá-lo.
Com o nascimento, até mesmo os anciões ponderaram e aceitaram a criança, Cristi então sabia que era chegado o momento de por em prática seu inescrupuloso plano.
Na enevoada noite de inverno a minguante lua brilhava como a um corte sangrando, as criaturas das sombras dançavam e festejavam a podre corrupção da alma dos seres de Ravenloft. Cristi, a intolerável, espreitava o aconchegante e desprotegido quarto de Mila e seu primogênito. Munida de uma cintilante e afiada adaga e um longo manto negro, adentra ao quarto e consegue tirar dos braços da mãe a criança indefesa, deixando no lugar uma manta enrolada e aquecida.
Correndo velozmente entre as sombrias árvores, Cristi foi ao encontro de Moglia, o mago negro. Este já a aguardava com sua carroça de escravos em uma bifurcação sombria após um vale esquecido.
- Por quantas moedas quer mesmo esta criatura?
- Nenhuma meu querido Moglia, esta é uma aberração de sangue impuro que nasceu entre os meus. Leve o quanto antes!
E assim, Moglia leva a pobre criança para uma viagem ao inferno, uma viagem que duraria muitos e muitos anos...
Enquanto Mila, perdida e angustiada, viria a perecer em pouco tempo devido a sua profunda tristeza...
Cap. III “O laboratório maldito”
Crescido entre os miseráveis, a criança fora batizada por seus irmãos de escravidão com o singelo nome de Nicu. As escravas o amamentaram e os escravos o ensinaram seus valores, assim como a sobrevivência na casa de horrores de Moglia.
Os agouros intermináveis, as terríveis torturas e experiências, todo este sofrimento havia tornado Nicu um ser altamente rígido e áspero, tanto fisicamente como mentalmente e espiritualmente.
Se alimentando de sobras muitas vezes podres e dormindo muitas vezes ao lado de corvos e urubus que ao seu lado destroçavam as vísceras de seus irmãos, Nicu desenvolveu uma personalidade capaz de encarar qualquer situação dramática com cálculo e frieza.
Seu corpo cheio de cicatrizes se assimilava a uma rocha, e era comum que se promovesse no lugar de seus irmãos para os combates com as criaturas retorcidas, frutos das experiências do mago negro.
Fora com um de seus irmãos que Nicu viria a aprender as artes monásticas, seu nome era Thor, um sereno caliban por quem Nicu nutria o mais profundo respeito. Thor por sua vez dizia ter aprendido a arte com um velho escravo o qual era conhecido apenas por velho osso. Thor ainda dissera que após ter aprendido o caminho do punho, presenciou o velho simplesmente desaparecendo, sem deixar nenhuma mensagem a não ser uma gentil gargalhada, deixando as algemas ao chão, como mágica...
Nicu fora o único entre os escravos que conseguira aprender com maestria os ensinamentos de Thor, muitos não agüentaram os treinamentos, ainda mais nas precárias condições em que subsistiam.
O tempo transformou a relação de mestre e discípulo em uma relação de verdadeiros irmãos. Ambos treinavam incessantemente e sempre de maneira furtiva, não deixando que os olhos do mago os percebessem.
Muitas vezes fingindo os efeitos das torturas e feitiços, bem como se fazendo frágeis para os olhos do mago negro, mantinham sempre este disfarce.
Ambos eram conscientes da possibilidade de fuga, suas habilidades combinadas seriam fundamentais para uma investida. E foi quando Moglia decidiu trocar de laboratório, acorrentando os escravos em fila e levando os por estradas sombrias vigiadas por seus capatazes. Neste dia, Nicu e Thor aproveitaram a oportunidade, ambos partiram as correntes e com poderosos golpes abateram os capatazes, os escravos foram soltos e todos fugiram pelas brumas.
Sobreviveram por longos períodos nas densas florestas, percorrendo brumas, caminhos temerários e enfrentando diversas criaturas da noite.
Em uma das caçadas de javalis que faziam a noite, Thor revela o passado de Nicu, de quando este ainda era recém-nascido. Descrevendo como Nicu fora entregue ao mago negro por uma mulher trajada como cigana. Ele havia presenciado a cena de dentro de uma das carroças escravas, observando por uma fresta entre a madeira, Thor, assim como Nicu, fora entregue ou vendido a Moglia por alguém.
Nicu nunca havia sentido tanta dor, sua amargura foi extrema ao ouvir o relato de seu mestre e amigo. Mas o tempo é justo e esta ferida haveria de cicatrizar e fortalecer o monge de pedra.
Cap. IV “O monastério perdido”
Thor sabia que um dia as lições acabariam e quando este dia chegasse, deveria indicar o monastério Yshiko a Nicu, este que lhe fora informado por seu mestre velho osso.
Devido a sua aparência, Thor não poderia ser aceito, Nicu teria de trilhar este caminho sozinho. Somente após muita insistência da parte de seu mestre é que Nicu aceita ficar no monastério. Assim se despedem os monges, cada qual pelo seu novo caminho, mestre e discípulo, amigo e irmão, para quem sabe um dia se reencontrarem.
Ingressando no monastério, Nicu é recebido indiferentemente e consegue se passar por um monge qualquer, Lá fica sabendo que somente humanos poderiam treinar.
Após demonstrar suas habilidades aos mestres do monastério Nicu fora aceito, recebendo assim um lugar no alojamento e um instrutor principal chamado Jimpao, o carvalho.
Entre seus companheiros de treino havia alguns orgulhosos monges que sempre o importunavam. Mas havia um em particular que Nicu sabia ser o pior, seu nome era Shitao e era o mais aplicado dos monges.
Devido às habilidades diferenciadas de Nicu os demais monges o viam com rejeição e cautela. Mas Nicu, inabalável por pequenas provocações se manteve sempre sereno, porém atento, sabia que seu único amigo era seu instrutor Jimpao.
Certo dia uma caravana dos vistani passou pelo monastério para barganhar suas mercadorias e um dos ciganos notou Nicu treinando, logo o identificando como um meio vistani. Após ler um letreiro em uma parede que dizia serem aceitos somente humanos, logo avisou os mestres do monastério sobre o meio cigano que treinava entre eles.
Ao invés da expulsão, como nunca tivera causado problemas e possuía respeitável disciplina, os mestres o desafiaram. Teria de vencer uma luta contra qualquer um dos demais monges que o desafiasse.
Todos os intoleráveis e arrogantes monges que sempre o atormentaram foram seus desafiantes. Nicu derrotou todos, um a um eles caíram, até que o último se mostrou, era Shitao.
Encontrando se em deplorável situação após os combates, mesmo assim enfrentou seu desafiante. O último combate fora desonesto e Nicu, já brutalmente ferido, ficara a mercê de seu adversário, mas quando seu oponente estava pronto para lhe aplicar o golpe fatal, Jimpao interrompera a luta.
Nicu fora expulso de Yshiko, Jimpao então lhe revela que sempre soubera de sua condição, mas que jamais dissera uma palavra por ter grande apreço pelo mesmo.
Então seu novo mestre lhe dera suas modestas economias, bem como alguns trajes e mantimentos. Nicu então partira para as dançantes e caóticas brumas.
Cap. V “O vale élfico”
Em uma de suas viagens selvagens, Nicu encontra um magnífico bosque, algo com que nunca havia se deparado antes. Cheio de vida, ele exalava tranquilidade. Decidido a ficar algum tempo no maravilhoso bosque, tão logo se sentou para descansar de sua longa viagem e já fora surpreendido por um grupo de elfos armados com arcos e espadas.
Após muitos esclarecimentos, finalmente é aceito a adentrar o mágico vale dos elfos. Sendo apresentado aos anciões e por eles aceito temporariamente.
Jamais tivera contemplado cultura tão esplendida como a dos elfos, não demorou para que já estivesse participando das festas e comemorações.
Era notável sua habilidade para a dança, aprendera rapidamente esta arte e fora justamente devido a ela que conhecera Jamini, a cristalina, uma elfa de cabelos dourados e olhos cor de esmeralda, sua amada e sua fortaleza emocional.
Mas o calejado monge sentia um vazio no peito, sabia que precisava de aventuras, era um aventureiro nato. Mas Jamini o encantou a tal ponto que, fez com que abandonasse suas aventuras em troca de uma vida tranquila ao lado dela no maravilhoso vale.
Sua estadia no entanto não era permanente, precisava de algo que garantisse sua permanência. Decidira então oferecer suas habilidades marciais aos anciões, conseguindo assim a incumbência de derrotar um terrível druida que, deturpando a natureza próxima ao vale e extraindo as míticas forças que o mantinham em harmonia, estava por enfraquecer os encantamentos de proteção dos elfos. Sua recompensa seria a permissão para ficar o tempo que desejasse no vale.
Atravessando as escuras estradas da floresta, percebera que os animais estavam assustados e fugiam de algo, deparou se então com uma grande copa de árvores na escondida pela escuridão da noite, havia muito sangue, as árvores estavam manchadas e continham símbolos assim como o chão, um odor terrível de ervas podia ser sentido e um altar imponente de alguma criatura sombria se destacava ao centro...
Vários animais emergiram da escuridão, mas ao contrário dos que Nicu havia visto, estes estavam sedentos por sangue e possuíam um semblante demoníaco.
As bestas atacaram freneticamente, um combate sangrento fora travado e Nicu saíra vitorioso. Mas logo uma figura sombria e medonha, similar a um pesadelo, surgira e magicamente atacara Nicu com rajadas de energia maligna.
Inspirado pelo amor de Jamini, Nicu conseguiu abater o druida com poderosos golpes trovejantes. Não desferindo o golpe final, preferiu realizar um acordo com a criatura, ela deveria partir, mas não poderia mais se aproximar do vale élfico. De alguma forma a lealdade da criatura foi mais forte e a mesma aceitou o acordo, partindo assim para além da floresta escura com seus servos demoníacos.
Agora Nicu era um membro aceito entre os elfos, estava junto de sua amada e logo passaria pelo rito élfico de matrimônio, planejava ter filhos e ficar até o fim de seus dias no grande vale. Considerando esta, a melhor época de sua amarga existência, sua finalmente conquistada paz.
No dia do rito matrimonial Nicu fora convocado por um dos anciões, este queria saber mais sobre seu passado e suas pretensões, queria conhecer sua história, pois o mesmo jamais revelara muito sobre si e seu passado.
Decidido a contar toda sua história, com a esperança de que o ancião o aceitasse mesmo sabendo que fora um escravo de impureza racial, Nicu revela sua existência, estupefato pelas histórias e com o espírito repleto de discriminação e ira, o ancião expulsou imediatamente o monge do vale, fazendo o jurar que nunca mais atravessaria aquela região.
Obrigado a fugir, envergonhado, humilhado, o monge se despede de sua amada elfa, que em prantos jura encontra lo de novo um dia. Com lágrimas de em seu rosto e correndo mais do que os velozes corcéis élficos, o monge rasga o ar em direção das bruxuleantes e reconfortantes brumas atrás de consolo.
Cap. VI “Perdido na vastidão das reflexões”
Ver complementação.
Cap. I “O apaixonado mercante das sombras”
Num pequeno vilarejo situado na próspera e galante Cidade de Turmalin, numa casa simples viveu um homem de nome Venir, mais conhecido como mercante das sombras. De aparência singela, ou muito discreta, conseguia a atenção de transeuntes quando assim desejava. Um elegante cavanhaque desenhava seu rosto, não era muito alto e seu olhar convincente e amigável se tornou sua marca. Prosperava através de suas atividades pouco apreciadas como ladino, era também um excelente negociante, suas barganhas possuíam fama que se estendia a longínquas Cidades.
Muito esperto e astuto, barganhava itens de toda natureza, às vezes até mesmo os raríssimos itens mágicos tão almejados por aventureiros, se assim ele dissesse a eles é claro...
Como um errante se comprazendo de suas ações, estava sempre disposto a novos negócios. Suas relações com outros mercantes do ramo eram sempre as melhores.
Grande apreciador da boêmia passava noites e mais noites em tavernas animadas, principalmente as repletas de donzelas, jogos e bebidas.
Às vezes se metendo em encrencas, utilizava de sua grande habilidade para sair ileso, mas nem sempre isso funcionava, o que lhe acarretava algumas cicatrizes...
Mas tanta astúcia e experiência não serviriam de nada quando Mila, uma linda e meiga Vistani apareceu com sua caravana no pequeno vilarejo. Uma vistani da família Naiat, conhecidos por serem os maiores artistas do reino. Como exímia dançarina, Mila possuía graça, leveza, beleza e suavidade descomunais.
A caravana de sua família estava apenas de passagem pelo vilarejo, como é de costume dos vistani. O objetivo dos Naiat era vender obras de arte e exibir música e dança exótica.
As chamas da paixão consumiram o intrépido coração de Venir e com o passar dos dias ele conseguiu conquistar o afeto da doce Dançarina.
Uma relação aparentemente magnífica surgira, mas, muito breve também...
Os encontros do casal aconteciam sempre fora da vista dos velhos Naiat, os vistani jamais tolerariam tal relacionamento.
Os galanteios, poesias e histórias proferidas convenceram na a querer viver ao seu lado, ela estava encantada com o apaixonado mercante.
Quando decidiram contar ao velho ancião vistani e tentar conseguir sua aprovação, nem mesmo as artimanhas de Venir foram suficientes. O ancião se aborreceu a tal ponto que, ordenou que a caravana partisse imediatamente. Surrado por alguns Naiat, apesar de sua habilidade e paixão, acabou não sendo capaz de impedir a partida de sua amada.
O que lhe restava agora era a amarga solidão, nem mesmo as animadas festas o agradavam mais... Tomado pela dor da saudade, decide partir para as brumas... Para onde não importava...
E assim, nunca mais o mercante das sombras foi visto...
Mas, a história de Venir continuou, vagando sem rumo pelas brumas o mercador encontrou um totem diabólico, de um vermelho vivo latente, com frases enlouquecedoras inscritas em suas laterais, era um tronco de madeira apodrecida, amarrado a vários ossos e crânios, cintilava em cor de sangue e em seu topo havia uma cabeça de diabo.
Esta cabeça falou com Venir, lhe propôs sua amada de volta, em troca de uma semente do inferno plantada no âmago de seu filho. A paixão arrebatadora pela dançarina fez com que o pobre mercante aceitasse o acordo... E assim foi feito! Sua amada brotou do sangue do próprio totem, obviamente não era a mesma, mas para o mercante era...
Levado aos confins infernais com sua pseudo amada, que na verdade é uma succubus traidora de seu mestre, aprisionada eternamente em uma casca ilusória da amada do mercante, fadada a se comportar como a mesma em todos os aspectos e a servir como vassala de um louco apaixonado marcante das sombras.
Cap. II “A inveja mortífera”
A caravana viajou até as ermas terras vistani e em uma das velhas carroças estava Mila. Em profunda depressão, já não dançava mais, nem sequer se alimentava direito, sentia dores e chorava muito. Talvez a única coisa que a mantinha viva era saber que estava esperando uma criança de seu amado Venir.
Não tardou para que todos na caravana soubessem da gravidez, o alvoroço tomou conta dos Naiat. Uma criança de sangue impuro estava sendo gerada no ventre de Mila diziam os vistani.
Mas uma Naiat em particular sentiu o mais perverso dos ódios, era Cristi, a irmã mais velha de Mila. Ela não podia gerar vida devido a uma maldição infligida a ela por uma caliban chamada Beth. Esta que após ser humilhada e quase ter seu filho assassinado por Cristi, antes de morrer lhe rogou a maldição da infertilidade, “Em seu ventre, assim como na terra após a batalha, a sangue e sal temperada, nenhuma vida será gerada!”. A caliban Beth teve então seu filho vendido a um mago das trevas, um ser de puro mal que realizava experiências e torturas bizarras com seres de diversas espécies.
A ardente inveja da gravidez de sua irmã fez com que Cristi arquitetasse um malévolo e perverso plano, ela aguardou até o dia do nascimento da criança para concretizá-lo.
Com o nascimento, até mesmo os anciões ponderaram e aceitaram a criança, Cristi então sabia que era chegado o momento de por em prática seu inescrupuloso plano.
Na enevoada noite de inverno a minguante lua brilhava como a um corte sangrando, as criaturas das sombras dançavam e festejavam a podre corrupção da alma dos seres de Ravenloft. Cristi, a intolerável, espreitava o aconchegante e desprotegido quarto de Mila e seu primogênito. Munida de uma cintilante e afiada adaga e um longo manto negro, adentra ao quarto e consegue tirar dos braços da mãe a criança indefesa, deixando no lugar uma manta enrolada e aquecida.
Correndo velozmente entre as sombrias árvores, Cristi foi ao encontro de Moglia, o mago negro. Este já a aguardava com sua carroça de escravos em uma bifurcação sombria após um vale esquecido.
- Por quantas moedas quer mesmo esta criatura?
- Nenhuma meu querido Moglia, esta é uma aberração de sangue impuro que nasceu entre os meus. Leve o quanto antes!
E assim, Moglia leva a pobre criança para uma viagem ao inferno, uma viagem que duraria muitos e muitos anos...
Enquanto Mila, perdida e angustiada, viria a perecer em pouco tempo devido a sua profunda tristeza...
Cap. III “O laboratório maldito”
Crescido entre os miseráveis, a criança fora batizada por seus irmãos de escravidão com o singelo nome de Nicu. As escravas o amamentaram e os escravos o ensinaram seus valores, assim como a sobrevivência na casa de horrores de Moglia.
Os agouros intermináveis, as terríveis torturas e experiências, todo este sofrimento havia tornado Nicu um ser altamente rígido e áspero, tanto fisicamente como mentalmente e espiritualmente.
Se alimentando de sobras muitas vezes podres e dormindo muitas vezes ao lado de corvos e urubus que ao seu lado destroçavam as vísceras de seus irmãos, Nicu desenvolveu uma personalidade capaz de encarar qualquer situação dramática com cálculo e frieza.
Seu corpo cheio de cicatrizes se assimilava a uma rocha, e era comum que se promovesse no lugar de seus irmãos para os combates com as criaturas retorcidas, frutos das experiências do mago negro.
Fora com um de seus irmãos que Nicu viria a aprender as artes monásticas, seu nome era Thor, um sereno caliban por quem Nicu nutria o mais profundo respeito. Thor por sua vez dizia ter aprendido a arte com um velho escravo o qual era conhecido apenas por velho osso. Thor ainda dissera que após ter aprendido o caminho do punho, presenciou o velho simplesmente desaparecendo, sem deixar nenhuma mensagem a não ser uma gentil gargalhada, deixando as algemas ao chão, como mágica...
Nicu fora o único entre os escravos que conseguira aprender com maestria os ensinamentos de Thor, muitos não agüentaram os treinamentos, ainda mais nas precárias condições em que subsistiam.
O tempo transformou a relação de mestre e discípulo em uma relação de verdadeiros irmãos. Ambos treinavam incessantemente e sempre de maneira furtiva, não deixando que os olhos do mago os percebessem.
Muitas vezes fingindo os efeitos das torturas e feitiços, bem como se fazendo frágeis para os olhos do mago negro, mantinham sempre este disfarce.
Ambos eram conscientes da possibilidade de fuga, suas habilidades combinadas seriam fundamentais para uma investida. E foi quando Moglia decidiu trocar de laboratório, acorrentando os escravos em fila e levando os por estradas sombrias vigiadas por seus capatazes. Neste dia, Nicu e Thor aproveitaram a oportunidade, ambos partiram as correntes e com poderosos golpes abateram os capatazes, os escravos foram soltos e todos fugiram pelas brumas.
Sobreviveram por longos períodos nas densas florestas, percorrendo brumas, caminhos temerários e enfrentando diversas criaturas da noite.
Em uma das caçadas de javalis que faziam a noite, Thor revela o passado de Nicu, de quando este ainda era recém-nascido. Descrevendo como Nicu fora entregue ao mago negro por uma mulher trajada como cigana. Ele havia presenciado a cena de dentro de uma das carroças escravas, observando por uma fresta entre a madeira, Thor, assim como Nicu, fora entregue ou vendido a Moglia por alguém.
Nicu nunca havia sentido tanta dor, sua amargura foi extrema ao ouvir o relato de seu mestre e amigo. Mas o tempo é justo e esta ferida haveria de cicatrizar e fortalecer o monge de pedra.
Cap. IV “O monastério perdido”
Thor sabia que um dia as lições acabariam e quando este dia chegasse, deveria indicar o monastério Yshiko a Nicu, este que lhe fora informado por seu mestre velho osso.
Devido a sua aparência, Thor não poderia ser aceito, Nicu teria de trilhar este caminho sozinho. Somente após muita insistência da parte de seu mestre é que Nicu aceita ficar no monastério. Assim se despedem os monges, cada qual pelo seu novo caminho, mestre e discípulo, amigo e irmão, para quem sabe um dia se reencontrarem.
Ingressando no monastério, Nicu é recebido indiferentemente e consegue se passar por um monge qualquer, Lá fica sabendo que somente humanos poderiam treinar.
Após demonstrar suas habilidades aos mestres do monastério Nicu fora aceito, recebendo assim um lugar no alojamento e um instrutor principal chamado Jimpao, o carvalho.
Entre seus companheiros de treino havia alguns orgulhosos monges que sempre o importunavam. Mas havia um em particular que Nicu sabia ser o pior, seu nome era Shitao e era o mais aplicado dos monges.
Devido às habilidades diferenciadas de Nicu os demais monges o viam com rejeição e cautela. Mas Nicu, inabalável por pequenas provocações se manteve sempre sereno, porém atento, sabia que seu único amigo era seu instrutor Jimpao.
Certo dia uma caravana dos vistani passou pelo monastério para barganhar suas mercadorias e um dos ciganos notou Nicu treinando, logo o identificando como um meio vistani. Após ler um letreiro em uma parede que dizia serem aceitos somente humanos, logo avisou os mestres do monastério sobre o meio cigano que treinava entre eles.
Ao invés da expulsão, como nunca tivera causado problemas e possuía respeitável disciplina, os mestres o desafiaram. Teria de vencer uma luta contra qualquer um dos demais monges que o desafiasse.
Todos os intoleráveis e arrogantes monges que sempre o atormentaram foram seus desafiantes. Nicu derrotou todos, um a um eles caíram, até que o último se mostrou, era Shitao.
Encontrando se em deplorável situação após os combates, mesmo assim enfrentou seu desafiante. O último combate fora desonesto e Nicu, já brutalmente ferido, ficara a mercê de seu adversário, mas quando seu oponente estava pronto para lhe aplicar o golpe fatal, Jimpao interrompera a luta.
Nicu fora expulso de Yshiko, Jimpao então lhe revela que sempre soubera de sua condição, mas que jamais dissera uma palavra por ter grande apreço pelo mesmo.
Então seu novo mestre lhe dera suas modestas economias, bem como alguns trajes e mantimentos. Nicu então partira para as dançantes e caóticas brumas.
Cap. V “O vale élfico”
Em uma de suas viagens selvagens, Nicu encontra um magnífico bosque, algo com que nunca havia se deparado antes. Cheio de vida, ele exalava tranquilidade. Decidido a ficar algum tempo no maravilhoso bosque, tão logo se sentou para descansar de sua longa viagem e já fora surpreendido por um grupo de elfos armados com arcos e espadas.
Após muitos esclarecimentos, finalmente é aceito a adentrar o mágico vale dos elfos. Sendo apresentado aos anciões e por eles aceito temporariamente.
Jamais tivera contemplado cultura tão esplendida como a dos elfos, não demorou para que já estivesse participando das festas e comemorações.
Era notável sua habilidade para a dança, aprendera rapidamente esta arte e fora justamente devido a ela que conhecera Jamini, a cristalina, uma elfa de cabelos dourados e olhos cor de esmeralda, sua amada e sua fortaleza emocional.
Mas o calejado monge sentia um vazio no peito, sabia que precisava de aventuras, era um aventureiro nato. Mas Jamini o encantou a tal ponto que, fez com que abandonasse suas aventuras em troca de uma vida tranquila ao lado dela no maravilhoso vale.
Sua estadia no entanto não era permanente, precisava de algo que garantisse sua permanência. Decidira então oferecer suas habilidades marciais aos anciões, conseguindo assim a incumbência de derrotar um terrível druida que, deturpando a natureza próxima ao vale e extraindo as míticas forças que o mantinham em harmonia, estava por enfraquecer os encantamentos de proteção dos elfos. Sua recompensa seria a permissão para ficar o tempo que desejasse no vale.
Atravessando as escuras estradas da floresta, percebera que os animais estavam assustados e fugiam de algo, deparou se então com uma grande copa de árvores na escondida pela escuridão da noite, havia muito sangue, as árvores estavam manchadas e continham símbolos assim como o chão, um odor terrível de ervas podia ser sentido e um altar imponente de alguma criatura sombria se destacava ao centro...
Vários animais emergiram da escuridão, mas ao contrário dos que Nicu havia visto, estes estavam sedentos por sangue e possuíam um semblante demoníaco.
As bestas atacaram freneticamente, um combate sangrento fora travado e Nicu saíra vitorioso. Mas logo uma figura sombria e medonha, similar a um pesadelo, surgira e magicamente atacara Nicu com rajadas de energia maligna.
Inspirado pelo amor de Jamini, Nicu conseguiu abater o druida com poderosos golpes trovejantes. Não desferindo o golpe final, preferiu realizar um acordo com a criatura, ela deveria partir, mas não poderia mais se aproximar do vale élfico. De alguma forma a lealdade da criatura foi mais forte e a mesma aceitou o acordo, partindo assim para além da floresta escura com seus servos demoníacos.
Agora Nicu era um membro aceito entre os elfos, estava junto de sua amada e logo passaria pelo rito élfico de matrimônio, planejava ter filhos e ficar até o fim de seus dias no grande vale. Considerando esta, a melhor época de sua amarga existência, sua finalmente conquistada paz.
No dia do rito matrimonial Nicu fora convocado por um dos anciões, este queria saber mais sobre seu passado e suas pretensões, queria conhecer sua história, pois o mesmo jamais revelara muito sobre si e seu passado.
Decidido a contar toda sua história, com a esperança de que o ancião o aceitasse mesmo sabendo que fora um escravo de impureza racial, Nicu revela sua existência, estupefato pelas histórias e com o espírito repleto de discriminação e ira, o ancião expulsou imediatamente o monge do vale, fazendo o jurar que nunca mais atravessaria aquela região.
Obrigado a fugir, envergonhado, humilhado, o monge se despede de sua amada elfa, que em prantos jura encontra lo de novo um dia. Com lágrimas de em seu rosto e correndo mais do que os velozes corcéis élficos, o monge rasga o ar em direção das bruxuleantes e reconfortantes brumas atrás de consolo.
Cap. VI “Perdido na vastidão das reflexões”
Ver complementação.
Última edição por guto em Sáb Mar 02, 2013 7:26 am, editado 8 vez(es)
guto- Épico
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Releitura
Bom reler a história do Naiat, agora não se perderá mais e ficou com acesso fácil para futuras consultas.
APRIMORAMENTOS
Vou aprimorando aos poucos a história, conforme necessidade. Agora vou escrever as formas de pensamento atuais, bem como possíveis respostas a determinadas situações em que ele possa estar submetido.
guto- Épico
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Aprimoramentos
Realmente muito bom, eu tenho uma tonelada de informações da história para escrever e é bom saber que não estou só.
Valeu!
Valeu!
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